Seleções emergentes: Hungria

 

Por Giovanni Theossi


 

Continuando a nossa série de ‘Seleções Emergentes’, é a vez da Hungria. A centenária seleção entrou para o futebol em 1902, em um amistoso cotra a Áustria. Uma equipe recheada de história, e que em outros tempos dominou o Antigo Continente. Os ‘magiares’ como são carinhosamente chamados quebraram um jejum de 43 anos após baterem a Noruega e se classificaram para a Euro 2016. Vamos relembrar um pouco a história da seleção de Puskás e falar da ascensão do futebol do país.

O auge húngaro foi alcançado na década de 50, quando conquistou o Ouro nas Olimpíadas e o vice campeonato mundial na Copa 54, perdendo para a Alemanha. A derrota na final foi dolorosa, uma vez que a seleção da Hungria já havia vencido os germânicos na competição por 8 x 3. Na década de 70 o futebol da Hungria começou a cair. Aquela seleção que fora considerada uma potência mundial agora sequer passava da primeira fase nas Copas . A seleção cárpata seguiu sua ‘via crucis‘ e amargou sua pior fase nos anos 80.

No fim da década de 80, a queda dos regimes comunistas causaram uma grande crise econômica, que acabaram afetando os clubes. Os times não conseguiam investir no material humano, e a seleção nacional chegou ao fundo do poço.

Mas os dias de descrédito parecem ter ficado no passado. Os ‘magiares’ voltaram a se classificar para uma Eurocopa depois de longos 43 anos. E nós fomos atrás dos responsáveis pela volta do prestígio da seleção.

A MLSZ -Magyar Labdarúgó-szövetség- (Federação Húngara de Futebol) responsável por administrar o futebol húngaro, com o apoio do governo, começou a reformar estádios e investiu em um curso de formação de alto nível. Além disso, desde 2008 a federação mantém um setor especializado no desenvolvimento de adolescentes. O progresso com os jovens teve sucesso imediato, ficaram em terceiro lugar no campeonato europeu sub-19 e um ano depois acabaram na mesma posição na Copa do Mundo sub-20.

Após uma iniciativa conjunta com a UEFA e a FIFA, a Federação Húngara inaugurou um centro de treinamentos para seleções, que beneficiou a equipe nacional. A iniciativa também resultou na confecção de 75 campos de grama sintética.

Atualmente a MLSZ é presidida por Sándor Csányi, especialista econômico e com doutorado na Universidade de Budapeste de Ciências Econômicas. Foi eleito para a federação em 2010, com quase 100% dos votos, e contratou diversos profissionais para auxiliarem sua gestão. Para Csányi, “a qualidade do futebol húngaro afeta o estado de espírito de todo o país. Não podemos desperdiçar um único talento. Temos de garantir que encontrem o seu caminho no futebol e que continuem na modalidade”.

A Hungria participou das eliminatórias da Euro 2016 no grupo F. Com quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas acabou em terceiro lugar, ganhando direito a uma vaga na repescagem. Antes de alcançar a classificação venceu a Noruega por duas vezes e finalmente quebrou o jejum de 43 anos.

No torneio europeu do ano que vem devemos esperar uma seleção democrática no quesito gol. Nas eliminatórias nenhum jogador foi às redes mais de duas vezes, no entanto, dez jogadores conseguiram marcar para a equipe. A seleção pode reviver seus tempos de glória e surpreender os demais participantes da competição.

 

 

 

 

 

Deixe um comentário